Aposta pessoal de Lula, Dilma é 1º mulher a ser eleita presidente do Brasil

A candidata do PT, Dilma Rousseff, tornou-se neste domingo a primeira mulher eleita para a presidência do Brasil, e demonstrou a seu "mentor", Luiz Inácio Lula da Silva, seu acerto ao indicá-la para sucedê-lo como governante.

Dilma, que venceu a disputa contra José Serra (PSDB), participou de uma eleição pela primeira vez, e teve como grande trunfo o apoio do presidente.

Seus opositores sempre a criticaram justamente por sua falta de experiência em pleitos e sua notória fama de possuir uma forte personalidade, além de seu limitado brilho e pouca capacidade de resposta rápida nos debates. A petista, porém, conseguiu superar os obstáculos na corrida rumo ao Palácio do Planalto.

Filha de um imigrante búlgaro comunista, Dilma passou mais de dois anos presa durante a juventude e foi torturada por sua militância em movimentos que lutavam contra a ditadura militar, um passado "guerrilheiro" do qual a oposição tentou tirar proveito na campanha.

No entanto, a biografia de sua página oficial de campanha diz que, aos 16 anos, Dilma fazia parte da organização clandestina Política Operária (Polop), em Belo Horizonte, depois passando ao Comando de Libertação Nacional (Colina) e à Vanguarda Armada Revolucionaria Palmares (VAR-Palmares), mas "nunca participou de qualquer ação armada", tendo sido "condenada a uma pena de dois anos e um mês de prisão, por subversão".

Nascida em 14 de dezembro de 1947 em Belo Horizonte, Dilma Vana Rousseff Linhares desempenhou vários cargos administrativos, já como economista, no Rio Grande do Sul, onde começou sua atividade profissional.

Lula, que a escolheu pessoalmente como candidata à Presidência depois que outros nomes sugeridos pelo PT para a sucessão se viram envolvidos em vários escândalos de corrupção, explicou em várias ter ficado impressionado com sua eficiência e capacidade logo após conhecê-la.

O presidente lhe ofereceu o Ministério de Minas e Energia em 2003, e apenas dois anos depois a colocou à frente da Casa Civil, de onde se encarregou de dirigir os principais programas de desenvolvimento do Governo.

Mas sua chegada à Presidência não teria sido possível sem o empenho de Lula em sua candidatura. O presidente foi a estrela dos atos de campanha de Dilma, falou mais do que ela em vários comícios e não poupou esforços para fazê-la subir nas pesquisas.

Os assessores de Dilma, por sua parte, se encarregaram de amenizar seu discurso e de promover mudanças em seu aspecto visual.

Divorciada e mãe de uma filha, Dilma se tornou avó recentemente, e as imagens do batismo de seu neto foram usadas para afiançar seu discurso religioso no meio de uma polêmica por seu suposto apoio ao aborto, que lhe custou alguns votos e atrapalhou na tentativa de conquistar a vitória ainda no primeiro turno.

A petista terá como vice o experiente político Michel Temer (PMDB), que, aos 70 anos, já foi em três mandatos o presidente da Câmara dos Deputados.

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