A entrevista do reitor da Univasf, José Weber ao Programa Nossa Voz, da Grande Rio FM, ontem (10) foi reveladora.O reitor disse textualmente que considera que a universidade é brasileira e não apenas do Vale do São Francisco. O reitor está levando muito ao pé da letra.
O engraçado é que na hora de ganhar os benefícios (e eles são muitos) a Univasf recorre ao município e à região.
Ou seja, nós do Vale do São Francisco, temos que entregar tudo de graça e os nossos filhos têm que enfrentar a concorrência com os alunos do Brasil inteiro, muito mais endinheirados e estruturados.
Não é uma questão separatista, mas de justiça. A estrutura que eles têm é muito maior do que a nossa.
E essa novela já previa esse final há tempos, desde quando o presidente da UNE veio a Petrolina e ficou do lado da universidade e os estudantes lhe viraram às costas. O Enem na Univasf foi aderido em cem por cento.
E nem venham falar em igualdade, e em sistema justo, pois a educação brasileira, que está atrás de Paraguai, Bolívia e Equador, que assiste passivamente a gabarito errado, prova comprada, fraude no Enem, está longe de ter essa palavra como uma máxima.
Talvez a direção da Univasf queira fazer uma universidade forte e justa com seu pensamento macro e não tenha compreendido que está incrustada em uma região pobre, é verdade, mas com famílias inteiras que têm direito a sonhos.
E que esses mesmos sonhos podem ser acalentados por seus filhos que sonham (e por que não?) em ser médicos e não apenas engenheiros ou outras profissões que podem não estar vocacionados.
Conformem-se ribeirinhos, a Univasf é nossa para sair na foto e completar currículum vitae dos outros.
Mais que sensibilidade profissional, o que esperamos é sensibilidade humana. Isso não pode sair de moda.
Fonte: Blog do Carlos Britto

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